O S. João do Porto
O S. João já se acabou, o S. Pedro... É verdade, já acabou. Mas todos os anos, no dia 23 de Junho, sinto uma profunda nostalgia. Que saudade das noitadas vividas entre V. N. de Gaia e Porto. As passagens pelos bailaricos nas zonas de percurso, a chegada à baixa, a compra do " alho porro " ( não gosto de martelinhos de plástico ), as carícias e suaves " pancadas " dadas com o dito nas pessoas anónimas que connosco cruzavam nas ruas, por vezes lá aparecia uma pessoa amiga ou conhecida. Era uma festa de total expontaneidade. Nimguem levava a mal, que bonito, que rara beleza, parece que toda a gente se conhecia. Milhares e milhares de pessoas enchem as ruas. Passagem obrigatória pelas Fontaínhas e visitar a típica cascata do S. João, comer o tradicional carneiro bem regado com o " binho " tinto. Continuação da farra.
O regresso feito pela madrugada, cansado da maravilhosa noite passada, era obrigatório vêr nascer o dia no morro ( jardim ) da Serra do Pilar, carregado como não podia deixar de ser com o manjerico. Depois, chegado a casa, uma bela soneca para retemperar. O S. João continuava até ao anoitecer.
Penso que ainda hoje é esta a maneira característica de passar a noite de S. João do Porto. Pensar não, tenho a certeza.
Para terminar invoco uma das canções sempre utilizadas:
Ai o S. João este ano
Ai fez uma fonte de prata
Ai as moças não vão a ela
Ai S. João todo se mata