S. JOÃO do PORTO
24 de Junho, dia de S. João. Mas o belo, bonito, extraordinário é a vivência da véspera para o dia. Toda a noite as pessoas enchem as ruas do Porto e com o alho porro, ramos de cidreira e ramos de flores devidamente perfumados ( há uns anos a esta parte tambem são utilizados os martelinhos de plástico - diga-se que não gosto e não acho piada - mas a moda pegou ), percorrem as ruas mimoseando-se com a troca da pancadinha da praxe ou dando a cheirar o ramo. É uma alegria, ninguem se zanga, parece que todos se conhecem. É um exemplo de civismo. Da Ribeira às Fontaínhas ou à Boavista, as ruas são palmilhadas, por jovens e menos jovens, por todas as idades com hipótese de andar e ou apreciar, vêr, admirar, recordar. Que saúdades e tristeza de não participar. Mas a vida deu-nos outro rumo. Mas quem sabe, um dia ... Mas mesmo assim este ano tambem gozei o S. João, mais propriamente em Linda a Velha. Participei na companhia de um familiar numa sardinhada, regada com um pouco de tinto e onde não faltaram as Marchas Populares alusivas e efectuadas por Jovens da 3.ª idade, acompanhados por uma Tuna igualmente sénior. Belo trabalho. Parabens à Instituição e aos seus colaboradores. Como estou a escrever sobre o S. João e na conversa com o familiar, tendo mais uns bons anos, mas que tambem viveu e participou em muito S. João do Porto, recordamos alguns episódios vividos e passados. Por exemplo: Sabiam que antigamente e nos dias anteriores ao S. João, os Barcos Rebelos traziam de Castelo de Paiva e do Douro, Carneiros? Sim, porque um dos pratos obrigatórios na comemoração era comer Carneiro assado. Então era vêr as pessoas na Ribeira a escolher e comprar o Carneiro e o vendedor a matar, esfolar , amanhar e lavar no Rio Douro. Diga-se que era duro e não muito digno, mas a tradição falava mais alto. Depois de preparado em casa, numa boa assadeira de barro, ia para a Padaria, da qual se era freguês, para assar. O engraçado e tambem tradição era o " padeiro " ficar com um naco para se consolar e, fica claro, ser sócio e compincha do freguês. Acabei a noite a vêr na TV , nada parecido com a realidade, a festa do S. João na Ribeira do Porto, na Beira Rio de Gaia e o maravilhoso fogo de artifício no Rio Douro, tendo quási sempre em fundo a inconfundivel " Ponte de D. Luís I. Desta vez com as duas cidades irmanadas, não de costas como já tem acontecido. Quadra que me saiu no "» MANJERICO "«:
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